O corpo como território das experiências pessoais



Não é difícil referir-se ao corpo como lugar das emoções, das sensações, das experiências vividas e sentidas pelo ser em sua trajetória existencial. É com esse corpo que o ser humano sente, percebe, deseja, estabelece relações e experimenta. É nesse corpo que o mundo penetra, através de seus sentidos e é com esse corpo que o ser humano se manifesta e é.

Por esse enfoque, o corpo deixa de ser como que "o instrumento do ser" e passa a ser "o próprio ser", e no contato com o corpo é que o ser humano encontra a si mesmo, já que o corpo, sendo o sujeito da percepção, possui em si o registro de sua história pessoal. Deixa-se de "ter corpo" para "ser corpo".

É sob esse enfoque do corpo como um oceano infinito de experiências que encontraremos as mais diversas citações e afirmações a seu respeito como: "O mundo é grande, mas em nós ele é profundo como o mar." Rilke; "A imensidão está em nós. Está ligada a uma espécie de expansão de ser que a vida refreia... mas que retorna na solidão." (Bachelard, 2000:190); "Só posso compreender a função do corpo vivo realizando-a eu mesmo e na medida em que sou um corpo que se levanta em direção ao mundo." (Merleau-Ponty, 1999:114) ou ainda, como assinala Daolio (1995) que é através do corpo que se concretiza o tornar-se humano e individual.

Tal unicidade só se torna possível pela história pessoal, pelas experiências e pelas sensações vividas e sentidas no intercurso da existência. Nesse sentido, tornar-se humano é tornar-se único, e reconhecer a si mesmo e ao outro como tal, nem sempre é tão simples.

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