O casal com Diabetes Mellitus

Hoje vamos falar um pouquinho sobre o casal onde um, ou dois, tenham diabetes. Normalmente, o relacionamento a dois envolve quase que uma infinidade de aspectos como: crenças e valores; educação recebida; hábitos alimentares; necessidades emocionais e sexuais; sentimentos e tantos outros fatores que permeiam o universo humano.

Um deles sem dúvida está relacionado à saúde do casal: como se cuidam e quais os hábitos para cuidar da saúde que adotam, quer seja de forma preventiva (alimentação saudável, atividade física, lazer, etc.), quer seja para cuidar de doenças já detectadas. O diabetes, por exemplo, altera toda a rotina do portador e sua família, pois requer mudanças de hábitos significativas: alimentação balanceada, exercícios físicos, medicamentos ou insulina, controle constante do nível glicêmico e outros.

No Brasil, a maior parte de diabéticos são portadores do Diabetes tipo 2 e sua incidência é maior após os 40 anos. Uma de suas peculiaridades é a contínua produção de insulina pelo pâncreas. O problema está na incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Por muitas razões, suas células não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sangüínea. Esta é uma anomalia chamada de "resistência insulínica".

O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina.

Atualmente já se conhece as inúmeras complicações decorrentes do diabetes e uma das áreas que afeta é da saúde reprodutiva.

Pesquisas apontam para a prevalência de disfunção erétil em homens diabéticos e outras para disfunções sexuais femininas como: falta de lubrificação, baixa de desejo e dificuldade em atingir o orgasmo.

Se o casal planeja ter filhos e a mulher é portadora de diabetes, muitos serão os cuidados necessários mesmo antes de engravidar. O controle indevido da glicemia durante a gestação pode acarretar sérios problemas à saúde da mãe e também do bebê.

O casal terá que enfrentar junto o diagnóstico do diabetes (tipo 2 ou gestacional) e ambos aprenderão a se cuidar, prevenindo complicações que poderão afetar a vida do casal.

É essencial a orientação de profissionais especializados para o controle da doença: médico, nutricionista, educador físico e outros que se fizerem necessários.

O terapeuta sexual tem o papel fundamental de cuidar de um dos aspectos da qualidade de vida do casal: a SEXUALIDADE. O casal pode ter sua vida sexual alterada devido a tantas mudanças de hábitos ou mesmo disfunções sexuais que podem ocorrer.

Não há dúvidas que enfrentar as adversidades a dois é mais fácil e a sexualidade do casal promove vínculo, intimidade, confiança e atitudes necessários para o cuidado consigo mesmo e com o outro.

O terapeuta sexual oferece as orientações e as informações necessárias para que o casal cuide dessa intimidade:
· A mulher com baixo desejo sexual pode incrementar sua vida sexual com conversas e técnicas especiais para isso;
· A dificuldade com orgasmo pode ser resolvida com exercícios sexuais realizados sozinha e com o parceiro;
· A diminuição da lubrificação pode ser resolvida com mais preliminares (beijos, carícias e abraços) antes do ato sexual; lubrificantes à base de água também podem ser utilizados, principalmente, por mulheres que estão amamentando;
· Um pré-natal adequado, com atitudes positivas no controle da glicemia durante a gestação podem garantir a saúde materna e fetal;
· Homens que acreditam que estão tendo disfunção erétil por causa do diabetes, muitas vezes encontram dificuldades no relacionamento com a parceira;
· O casal pode aprender adaptações quanto ao encontro sexual respeitando as alterações da gravidez (tamanho do abdômen, enjôos, cansaço e outras).

Ou seja, o cuidado com a saúde é sempre fundamental, mas mesmo ocorrendo intercorrências você pode obter esclarecimentos e ajuda necessários para garantir sua qualidade vida.
Para mais informações acesse:
www.conscienciacorporal.com.br ou
www.anad@anad.org.br – Departamento de Sexualidade