Anorgasmia (ausência de orgasmo)




Porque será que tantas pessoas chegam ao consultório com anorgasmia (ausência de orgasmo)?

Reuni aqui alguns conceitos que acredito e que trabalho com técnicas diversas para que a pessoa tome consciência de si e de seu corpo, tornando-o vivo, sensível e inteiro. E que tenha poder sobre si mesma, para com isso sentir, oferecer, receber e entregar-se, podendo então desfrutar de tudo de bom que o sexo oferece.

Segundo Reich, entravamos a livre circulação da energia que passa por todo o nosso corpo ao criarmos couraças musculares, zonas rígidas, mortas, que nos encerram como anéis em diferentes níveis do corpo. Para nos defendermos de qualquer sensação, tanto de angústia quanto de prazer, bloqueamos a circulação da energia.

Thérèse Bertherat constata em seus trabalhos que os problemas sexuais não se tratam forçosamente no nível dos órgãos genitais, nem necessariamente pelo desvendamento do Inconsciente através de meios fragmentados como palavras, lembranças e símbolos. O primeiro passo para a solução de problemas tão complexos consiste talvez apenas em tomar consciência do corpo e sua totalidade.

Ela tratou seus pacientes acreditando que o conhecimento de si através de trabalhos corporais proporcionariam melhoras também na esfera sexual. Ou seja, para ter prazer, para ter poder, isto é, para assumir e exercer seu próprio poder, poder sobre a vida e sobre sua própria vida, é preciso em primeiro lugar ter consciência do corpo.

É não é apenas nos órgãos genitais que a sexualidade é encontrada ou "tratada", pois não se situa exclusivamente neles. O corpo é uma vasta rede sexual. Achar que a sexualidade se limita ao sexo é ter uma visão do corpo fragmentada e bastante nociva.

Atualmente, além da própria sensibilidade, dispomos de uma imensa gama de técnicas para o trabalho de sensibilização e consciência corporal como:

  • exercícios respiratórios: para Reich "a expiração profunda produz espontaneamente a atitude de abandono (sexual)".

  • movimentos musculares, massagens e alongamentos: visando a tomada de consciência do corpo.

  • exercícios de sensibilização da área genital, propostos por Helen Kaplan, com participação ou não da parceria sexual.

  • despertar de fantasias sexuais

  • e outras que se adequam a cada caso.
Encerro, finalmente, com a observação de Bertherat, nesse valioso processo de auto-conhecimento:

"Quem conhece o próprio corpo, só recusa o que é falso, o que não vive no seu corpo. Tendo-se libertado de definições, repressões, proibições, goza enfim da verdadeira liberdade sexual.
Mas o que acontece quando se toma consciência do corpo? Sexualmente, o corpo que antes não passava de fachada, aprofunda-se, alcança sua terceira dimensão para tornar-se uma casa de verdade, onde mora gente e onde, potencialmente, podem morar dois.
Enfim, pelo contato consigo mesmo, aquele que tomou consciência do próprio corpo estabelece novos contatos com o "próximo" que, anteriormente, era conservado a distância".

O corpo tem suas razões
Thérèse Bertherat

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Taoísmo do Amor e do Sexo

O Taoísmo do Amor e do Sexo 2

Posições Sexuais